Era de ouro do Náutico - Temporada 1: Só sei que foi assim - Saves de FM
Comecei o save extremamente preocupado com o elenco que eu tinha. O time não me agradava em absolutamente nada e os melhores jogadores já eram horrorosos. Não ia dar pra subir. Comecei, então, olhando o que tínhamos de melhor menos pior. Paulo Sérgio e Bruno Mezenga.
Arriscado colocar os dois como dupla de ataque, ainda mais em um elenco tão curto, que não tinha um terceiro atacante pra revezar (já apontando aí uma necessidade de contratação. Mas ia ser necessário, então desenhei um 442 pra tentar aproveitar isso.
A questão é que o resto do time era horroroso e isso me fez um desesperado no mercado de transferências, correndo atrás de qualquer jogador que quisesse jogar pelo clube e não pedisse um salário que eu inviável de pagar. Meu primeiro alvo foi no gol, trazendo Matheus Cavicchioli.
O problema é que eu fui precipitado na contratação. Depois de um tempo, os olheiros encontraram Adriel, um goleiro marginalmente melhor, mas muito mais jovem e com potencial para ser um jogador de Série A no futuro.
E talvez eu tenha sido mais precipitado ainda ao assinar Adriel também, ainda mais pelo preço que pediu. De qualquer forma, para ajudar no meio de campo, trouxe Ferreira. Aílton deveria ser lateral, mas logo assumiu a meia-esquerda. Gilvan e Didi vieram para reforçar a zaga e Éderson para ser o reserva do ataque.
A primeira parte da temporada foi bem tranquila, com partidas contra times menores no Pernambucano e vitórias na fase preliminar da Copa do Nordeste. Batemos CSA e América de Natal fora de casa para nos classificar à fase de grupos! O caldo deu uma engrossada com o clássico das emoções contra o Santa Cruz, na 2ª rodada da fase de grupos do Nordestão, mas vencemos por 2x1 e fechamos um mês de janeiro perfeito.
Paulo Sérgio e Bruno Mezenga foram se destacando no ataque, como esperado, ajudados por Aílton. Também contratei Lucca Holanda, por empréstimo, do Internacional, para ser um reserva melhor que Éderson, mas falo dele em breve.
O nosso grande teste viria em seguida, em uma sequência diante do Sport pela Copa do Nordeste e pelo Pernambucano em dois confrontos nos Aflitos. No primeiro, Adriel defendeu um pênalti de Gustavo Coutinho, mas o Sport ainda conseguiu abrir 2x0 no placar. A lesão de Barletta, perto dos 25 do segundo tempo, nos deixou com um a mais porque Pepa usou todas as substituições cedo demais. Fomos para cima e Bruno Mezenga arrancou o empate, marcando aos 50 do segundo tempo!
Apenas 3 dias depois, nos reencontraríamos outra vez. Dessa vez, eu sabia que precisava pressionar melhor a defesa do Sport para o nosso ataque ter uma chance. Foi assim que conseguimos uma cobrança de escanteio e, depois do corte, um novo cruzamento que encontrou Bruno Mezenga, para as redes! Paulo Sérgio ainda teve ótima chance de ampliar em cruzamento rasteiro, mas errou o alvo. Fomos melhores e merecíamos um placar melhor ao final do primeiro tempo. Eu sabia que tinha sido um pecado não termos conseguido ampliar, principalmente porque o time tava cansado demais para o segundo tempo. Até conseguimos administrar, na medida do possível, mas Rayan foi burro e tomou um vermelho direto aos 26 do segundo tempo. No minuto seguinte, Gustavo Maia (ex-Náutico na vida real, safado canalhaaaaaa) empatou. Que ódio! Pelo menos não levamos a virada e eu saí rindo com a expulsão de Felipe Melo (sim, aquele!) aos 53 minutos do segundo tempo.
A sequência voltou ao marasmo normal, apesar de estarmos prejudicados com algumas lesões e muitos jogadores cansados. Tentei fazer o time rodar e fui percebendo que não precisava temer. O time é ruim, mas os times do Campeonato Pernambucano eram muito piores. Era uma hora boa para começar a testar alguns jovens promissores da base. Só que não tinha nenhum minimamente aceitável. Então a vida seguiu.
Perto do céu
Tropeçamos outra vez, agora contra o Floresta, mas vencemos bem Decisão e River do Piauí antes de enfrentar o Santa Cruz pelo Pernambucano. Estava com confiança alta, até porque tínhamos vencido muito bem no primeiro confronto contra eles e começamos muito bem, amassando a defesa tricolor e abrindo o placar com Bruno Mezenga. Mas o time falhou na concretização, tomou o empate no segundo tempo e ficou por isso mesmo. Resultado péssimo porque, assim, perdemos a liderança para o Sport.
De qualquer maneira, mantemos a 2ª colocação, fundamental para termos uma partida a menos em um calendário maluco. O que importava mesmo era a Copa do Brasil. Enfrentamos o Bangu, em Moça Bonita, pela 1ª fase, e vencemos por 2x0. O resultado nos fez chegar à 2ª fase, diante do Vila Nova, o qual despachamos em um 3x1 nos Aflitos. O restante do mês seria ainda mais desafiador, com uma sequência de Retrô, Bahia, Vitória e Botafogo (PB) (os 3 últimos, pela Copa do Nordeste). Batemos o Retrô, sequestramos o troféu do Campeonato Baiano e vencemos o tricolor de aço na Fonte Nova e o leão baiano no Barradão!
O resultado encerrou a fase de grupos e nos colocou nas quartas de final diante do Santa Cruz. Despachamos a cobra com um 3x0 nos Aflitos. No Pernambucano, sofremos diante do Petrolina, mas Paulo Sérgio conseguiu o empate que levou aos pênaltis. Depois de muitas cobranças, Alex Travassos perdeu e finalmente chegamos à final!
Para a minha surpresa, a final seria em jogo único e, pra minha sorte, nos Aflitos. Tive confiança de que poderíamos vencer o Sport, ainda mais quando Bruno Mezenga abriu o placar aos 24. No segundo tempo, Paulo Sérgio e Cléo Silva ampliaram rapidinho e Arnaldo definiu a goleada, antes do gol de honra de Brian Orosco, perto dos descontos. O galeto é nosso!
Asas de cera
Fui dormir otimista com essa situação, com a certeza de que subiria com certa tranquilidade da Série C de cu para a Série B. Só que o confronto seguinte era contra o Santos, pela 3ª fase da Copa do Brasil. Até fomos bem e tivemos muito mais xG, mas ficamos só no empate. Lamentável, mas ainda parecia possível buscar a classificação.
Logo depois, enfrentamos o Bahia pela semifinal da Copa do Nordeste. Outro jogo que parecia que tínhamos tudo para vencer. Inclusive, fizemos um bom primeiro tempo, virando o placar no início da etapa complementar. O time mostrou cansaço, Adriel pegou até pênalti, só que o Bahia arrancou um empate canalha aos 45 do segundo tempo. Bruno Mezenga perdeu a primeira cobrança e Cléo Silva perdeu a 9ª (pois é, tiveram 18 cobranças). Maurício Lemos converteu e nos eliminou do Nordestão.
Ainda assim, não tava achando necessariamente ruim a situação. Resultados normais, poderiam acontecer até se eu fosse realmente um time melhor que os adversários, o que não era o caso. Eis que a direção pediu para definir as premiações para o elenco e eu decidi que as premiações seriam bem baixas. Todo mundo ficou insatisfeito, o ambiente no vestiário se deteriorou e isso acabou refletido na volta da Copa do Brasil. Fomos dominados pelo Santos. Não colaborou a expulsão de Alemão, com menos de 25 minutos de jogo. Ainda assim, a eliminação parecia certa de qualquer jeito. Eu só queria ter lutado melhor, sem ser humilhado com um 4x0 por um Santos rebaixado à Série A2 do Campeonato Paulista (pois é, rolou isso no save).
Vamos ao que interessa
Independente de mais nada, o objetivo era mesmo a Série C de cu, então vamos ao que interessa. Não senti confiança ao vencer o Ituano na estreia, em casa, por 2x1. Adriel não parecia mais o mesmo e essa minha suspeita só foi se confirmando. Enfrentamos o Brusque na rodada seguinte e abrimos um 4x1 que parecia tranquilo ao final do primeiro tempo. Na volta do intervalo, os catarinenses viraram para 5x4 em 18 minutos e me fizeram derreter. Adriel sacou um 6.3 que me deixou apavorado, principalmente porque não tinha confiança em Mateus Cavichioli também. Coloquei o time para frente e Sousa arrancou um empate aos 46 do segundo tempo.
Notando que o vestiário estava em um clima horroroso por causa junção de fatores eliminação com goleada na Copa do Brasil, eliminação no Nordestão e premiações baixas, armei um amistoso contra o América só para ver se melhorava a moral. Não funcionou muito. Até porque arrecadamos a nossa 2ª derrota do ano em tempo normal, um 3x2 contra o Londrina no Estádio do Café, com nova exibição ruim de Adriel. Nos restabelecemos contra a Ponte Preta, com Paulo Sérgio arrancando o 3x2 marcando de pênalti nos acréscimos do segundo tempo, mas só empatamos contra o Botafogo, buscando um 2x0 aos 42 da etapa complementar. Tempos sombrios.
Ainda patinamos em junho, empatando com Confiança e ABC entre as vitórias diante da Tombense, Anápolis e Maringá. Percebi que o 442 não estava nos fazendo bem. Os adversários costumavam vir com 433 ou 4231, o que sobrecarregava o nosso meio de campo, fazia-nos perder posse de bola e não conseguir lidar com subidas de meio-campistas. Sem falar que Bruno Mezenga começou a cair de produção e se lesionou. Paulo Sérgio também teve problemas e, com isso, não tínhamos mais a nossa dupla sagrada.
Tentando consertar os problemas, parti para um 4123, tentando mais presença no meio para ter mais solidez. Aproveitei a janela para dar uma reforçada no que dava. Lucca Holanda começou a ser importante, achando algumas assistências e gols e colaborando com a queda física de Bruno Mezenga. Também trouxe Carlos de Pena, ex-Inter, mas ele se lesinou depois de 4 partidas e perdeu o quadrangular final inteiro. Jerson Malagón foi uma tentativa desesperada de salvar a zaga e eu achei que não faria mais contratações.
Logo em seguida, engatamos a nossa melhor sequência, com 9 vitórias seguidas e só levamos 3 gols em 5 partidas no mês de junho. Só que Paulo Sérgio rompeu os ligamentos do joelho contra o Figueirense, o que o deixaria parado de 6 a 8 meses. Era o fim definitivo da dupla mágica que já tinha anotado quase 60 gols.
Apesar da tristeza, o momento de crescimento foi sensacional, ainda mais por pegar logo as 9 partidas finais, nos impulsionando para encerrar a fase de grupos na liderança! Os quadrangulares finais nos jogaram partidas difíceis contra Brusque, Figueirense e São Bernardo. Desesperado para tentar reforçar o elenco, trouxe Lucas Sasha e Anthony Modeste, aquele, ex-Borussia Dortmund.
Era melhor não ter trazido. Jogou nada! Tivemos que nos virar sem ele e não foi nada fácil, ainda mais partindo de uma partida onde amassamos o Figueirense em Florianópolis, mas tomamos um 2x0 duro.
Com a queda brutal de rendimento de Bruno Mezenga, dependíamos de Buiú e Lucca Holanda. O primeiro deu assistência na vitória da partida seguinte, contra o São Bernardo, com gol de Mezenga, que ainda marcou outra vez na rodada seguinte, contra o Brusque. Mesmo com um a mais, não conseguimos segurar o resultado e tomamos o empate aos 47 do segundo tempo. Em casa, batemos o time do véio da havan com gol de Lucca Holanda!
Só que a crise era nítida no ataque (como se na zaga também não fosse, fomos uma defesa terrível!). Ficamos só no empate contra o São Bernardo em SP, mas tínhamos a classificação na mão. Só precisávamos vencer o Figueirense nos Aflitos. Fomos superiores: 11 finalizações a 6, 1,35 de xG contra 0,33 e 56% de posse de bola, mas só acertamos a barra em uma finalização, com Lucca Holanda, o centroavante titular do jogo, saindo com um 6.1 de nota. Ficamos só no empate e tudo poderia ter sido um desastre, uma nova nauticada. Para a nossa sorte, o já eliminado Brusque abriu 3x0 em menos de meia-hora e conseguiu segurar o São Bernardo no segundo tempo, o que nos manteve na vice-liderança do grupo e garantiu o acesso! Como? Por que???? Não sei. Só sei que foi assim.
Caídos da Série A, reencontraríamos Santos, Sport e Vitória na Série B da próxima temporada, bem como Floresta e Ponte Preta, que subiram conosco. O Figueira se sagrou campeão da Série C de cu.
Encerrado o ano, eu tinha uma ruma de preocupações. Como remontar esse time tão ruim? Alguns contratos acabariam, mas eu queria fazer algumas vendas. Dentre elas, Buiú, importante na reta final, mas um jogador bem medíocre em todo o ano. Foi considerado o melhor jogador da Série C de cu, com nota 7,53 e 13 assistências. Tinha atributos interessantes em aceleração, agilidade, finta, sem bola, índice de trabalho e imprevisibilidade, mas pecava nos mentais e tinha determinação baixa.
O prêmio deixou ele valorizado e ele quis renovação para quadruplicar seu salário (de 43 para 170 mil reais por mês). Já tem times interessado em comprá-lo, espero fazer a primeira venda milionária do save. Certamente vou precisar disso e muito mais. Mas isso é uma conversa para a próxima temporada!